ST 01 - 90 anos da Revolução de 1930 e 70 anos das eleições de 1950: dimensões do regime Vargas e seus desdobramentos na história política brasileira
Coordenadores
André Barbosa Fraga (UFF)
Douglas Souza Angeli (UEMG)
Mayra Coan Lago (USP)
O ano de 2020 será marcado por duas importantes efemérides da história política do Brasil contemporâneo: os 90 anos da Revolução de 1930 e os 70 anos das eleições de 1950. Com o objetivo de refletir a respeito desses movimentos e de seus desdobramentos, este simpósio busca reunir pesquisas sobre as transformações significativas ocorridas no Brasil de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, quando Getúlio Vargas ocupou a presidência da República. O intuito do ST é o de fomentar a troca de experiências e de conhecimento entre os historiadores que abordam esse período a partir de análises culturais, políticas, econômicas ou sociais. São bem-vindos trabalhos que versem sobre qualquer aspecto relacionado às ações empreendidas pelos governos provisório, constitucional, ditatorial do Estado Novo e democrático de Vargas. Da mesma forma, serão aceitas pesquisas focadas nos reflexos que essas medidas tiveram no âmbito regional dos diferentes estados ou em âmbito internacional. Além disso, poderão participar pesquisadores que estudam as oposições e as resistências aos projetos apresentados pelo grupo político de Vargas, assim como aqueles que analisam as consequências desses governos, algumas que se estendem até os dias de hoje. Este ST é vinculado ao grupo de pesquisa Dimensões do Regime Vargas e seus Desdobramentos e também ao GT de História Política da ANPUH-RS. Cientes da importância do Regime Vargas para a História do Brasil e certos de que muitos dos acontecimentos desse período influenciaram significativamente o país nas décadas seguintes, convidamos todos que tenham objeto de pesquisa correlato ao simpósio e que queiram se juntar ao debate.
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Periódico:
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ST 02 – Interesses e ações na reconfiguração da propriedade da terra: usos e argumentos
Coordenadoras
Júlia Leite Gregory (UNISINOS)
Kalinka de Oliveira Schmitz (UNISINOS)
A história da propriedade da terra não se refere apenas ao modo como os territórios foram organizados ao longo do tempo, mas sobretudo às vidas humanas que foram/são afetadas por esse processo. A própria concepção de propriedade já possuiu distintos entendimentos; imaginar um uso voltado basicamente para subsistência de uma família ou grupo, sem contato obrigatório com o mercado, não tanto tempo atrás, pode parecer difícil em épocas onde a economia de mercado impera sobre a sociedade. A partir do século XIX, o capitalismo foi avançando sobre as formas de organização humana, provocando mudanças em vários aspectos, inclusive no que diz respeito aos direitos sobre a propriedade agrária. No Brasil, esse processo se deu principalmente com a promulgação da Lei de Terras de 1850, a qual instituiu a compra como único meio de acesso à terra, impactando o processo colonizatório, e principalmente, a situação de indígenas e homens livres pobres que viviam nas matas. No entanto, sabemos que a legislação não é capaz, por si só, de mudar o significado do solo para os indivíduos e nem o modo como estes se relacionam com o mesmo. A privatização fundiária foi um fenômeno que acompanhou a instalação do capitalismo, porém, as populações afetadas por tal fenômeno não se adaptaram (querendo ou não) de pronto; essa diferença entre a privatização fundiária e a adaptação ao novo cenário gerou conflitos e discussões que reverberam até a atualidade. Nesse sentido, queremos convidar todos aqueles que se interessam pelo debate sobre a propriedade da terra, buscando discutir o tema nos mais variados sentidos e englobando diversos lugares e períodos.
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ST 03 – Minorias excluídas: o protagonismo das “raças inferiores” frente ao contexto colonial e capitalista a partir da conquista no século XVI e seus desdobramentos na atualidade
Coordenadores
Adriana Picheco Rolim (UNISINOS)
Júlio Cesar da Rosa (UNISINOS)
As questões relacionadas à inclusão e a exclusão no cenário social e político brasileiro de determinadas etnias estão muito presentes nos debates atuais, bem como aquelas de gênero e as diferenças de cunho religioso. Pensando na formação social, econômica e política do Brasil desde a conquista em 1500, percebemos narrativas de alguns setores da sociedade que persistem em exaltar um protagonismo tímido de determinadas “raças”, pensando no conceito do período, que fizeram parte da construção da identidade nacional, como os africanos e os indígenas. Nos séculos posteriores a chegada dos portugueses, um número considerável de imigrantes europeus, em sua maioria, cruzou o Atlântico e aportou em terras brasileiras, muitos em busca de condições econômicas melhores ou fugindo das grandes guerras mundiais. Judeus, italianos, alemães, russos, poloneses, ucranianos, entre outros, protagonizaram o cenário brasileiro do século XVII até a primeira metade do XX. Deste modo, com a diversidade étnica no país alguns grupos foram tratadas como “sub-raça”, a partir de uma ideologia eugênica e eurocêntrica, como os indígenas e os africanos e outras pela questão religiosa e econômica como os judeus perseguidos durante a Inquisição na Europa. A submissão de determinados povos, perseguições, escravização e extermínio a partir de ideologias eugênicas, religiosas ou econômicas, são percebidos a partir da escalada capitalista legou a diversos povos mudanças significativas nos campos social, cultural e laboral, africanos e indígenas viram-se diante do modelo de trabalho europeu, acomodando-se obrigatoriamente, em um modelo de sociedade, cuja possibilidade de protagonismo nesta estava aquém das querências. Esta proposta busca discutir a construção das diferentes formas de dominação impostas a indígenas conquistados, africanos escravizados e judeus convertidos e suas relações de resistência desde a chegada dos portugueses no século XVI e seus desdobramentos na atualidade.
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ST 04 – Histórias outras em tempos de crise: abordagens decoloniais
Coordenadores
Maira Damasceno (UNISINOS)
Dorvalino Refej Cardoso (UFRGS)
Gabriel Chaves Amorim (UNISINOS)
Entendendo que desde a colonização da América no ano de 1492 para os Povos Tradicionais Indígenas e posteriormente para os Quilombolas há novas configurações, seguidas de reconfigurações territoriais, políticas, ambientais e sociais. Podemos afirmar então, que para essas sociedades são 520 anos vivendo “tempos de crise” entre trocas, relações, transformações e reconquistas (cidadania, direitos, terras, memórias, histórias...). Também reconhecendo que os estudos sobre os povos tradicionais são primordialmente transdisciplinares, este simpósio pretende reunir pesquisadores desses temas que versem sobre as estratégias, realidades e o cotidiano de lutas vivenciados por esses grupos, contemporâneos ou não, porém, que utilizem metodologias e teorias que considerem o ponto de vista dos próprios sujeitos. Nesse sentido, serão bem-vindos trabalhos com abordagens decoloniais, isto é que considerem as Histórias outras, seja em abordagens históricas, ambientais, sociais, antropológicas, educacionais, jurídicas, de saúde, ou afins, que valorizem, sobretudo, a oralidade, história oral, relatos e também a utilização de fontes ou análises que privilegiam a perspectiva dos sujeitos.
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ST 05 – Imagens e História: fontes, acervos e novas abordagens
Coordenadoras
Luciana da Costa de Oliveira (UNISINOS)
Carolina Martins Etcheverry (PUCRS)
Ketlin Quinhones Wons (UNISINOS)
Durante muito tempo, as imagens serviram de elemento ilustrativo tanto aos pesquisadores quanto aos seus trabalhos. Referenciar pinturas, fotografias, esculturas e demais elementos que compõem o campo da visualidade era, na realidade, uma forma de comprovar, visualmente, o que o texto escrito apontava. Uma conclusão por imagens, por assim dizer. Atualmente, frente a diversos estudos que colocam a imagem como fonte e problema de pesquisa, tal objeto tem ganhado espaço e tem sido problematizado a partir de novos questionamentos. O presente Simpósio Temático se propõe debater não apenas os usos e desusos de tais fontes de pesquisa, mas também suas potencialidades e especificidades. Além disso, percebê-las em museus e compondo diferentes acervos, igualmente oportuniza a construção de novos questionamentos. Com isso, propomos um espaço de reflexão e diálogo junto a trabalhos que tenham como fonte pinturas, fotografias, filmes, caricaturas, e demais produções artísticas. Assim, será possível pensar os usos da imagem a partir de seu valor documental, narrativo e representativo na pesquisa histórica e, igualmente, nos espaços de sua salvaguarda como os acervos pessoais, públicos e institucionais. Discutiremos, com isso, as potencialidades e a relevância das fontes imagéticas para se pensar o Brasil e América Latina em tempos de crise de organização, conservação e preservação de acervos visuais.
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ST 06 - A colonização sob diferentes perspectivas: jesuítas, missões e fronteira (séculos XVII e XVIII)
Coordenadores
Jefferson Aldemir Nunes (UNISINOS)
Juliana Aparecida Camilo da Silva (UNISINOS)
Helenize Soares Serres Bernardes (UNISINOS)
Nas Américas portuguesa e espanhola os jesuítas e suas respectivas missões tiveram papel crucial na política colonial, elas eram a “ponta de lança” (Weber,2007) de tal política que tinha o papel de evangelizar e civilizar as populações nativas contatadas. Entretanto, mesmo que de aparência homogênea, esse projeto teve diferentes efeitos, em razão de que, cada sujeito, jesuíta ou indígena, grupo ou região contrapôs de distintas maneiras. Neste sentido, estudos sobre as diferentes ações colonizadoras e suas respectivas consequências, ocupam lugar de destaque nas reflexões, e permitem pensar os díspares contextos envolvidos na expansão dos europeus e da fé cristã. Por este ângulo, análises de trajetórias dos religiosos que entraram em contato com os indígenas podem auxiliar a compreensão das dimensões sociais, culturais e políticas que moviam esses indivíduos. Ademais, experiências não habituais, ou ainda, que transgridam a experiência da missão por redução, como as análises fronteiriças, em estâncias e fortes por exemplo, demonstram as dessemelhantes formas em que os agentes históricos manejaram suas possibilidades na realidade colonial. Á vista disso, este ST tem por objetivo abarcar trabalhos que analisem os projetos colonizadores sob diferentes matizes, entre os séculos XVII e XVIII, como missões, trajetórias, fronteiras, reduções, estâncias, fortes entre outros. Sendo assim, explorar os projetos de colonização perante distintas ópticas é o principal designo deste simpósio.
Referências Bibliográficas
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WEBER, David, Los españoles e suas salvajes em la era de la Ilustracíon. Crítica. Barcelona. 2007.
ST 07 - História e Música: Interlocuções historiográficas na América Latina
Coordenadores
Breno Ampáro Alvares Freire (PUC/SP)
Icaro Bittencourt (UFPR)
Leandro Braz da Costa (UFSM)
A América Latina pode ser considerada como um território profícuo e frondoso musicalmente, no qual artistas de diversos gêneros da música desempenharam papéis significativos no que diz respeito às experiências vivenciadas ao longo dos séculos, refletindo através de suas produções autorais e (ou) copistas, pluralizadas concepções socioculturais instrumentalizadas pela capacidade de comunicação advinda do conteúdo sonoro - exclusivamente instrumental - e/ou letrado de suas composições. Neste sentido, o objetivo deste simpósio é abordar analiticamente as interlocuções historiográficas e os principais aspectos teórico-metodológicos acerca da história da música latino-americana, bem como, demais temas relacionados ao assunto. Na perspectiva do simpósio, a ideia é contemplar abordagens da música em diferentes facetas: suas características artísticas, suas condições de produção, circulação e recepção, bem como aspectos relacionados às condições de trabalho dos músicos e suas variadas formas de interação com o mercado de bens simbólicos na América Latina. Esperamos receber trabalhos que dialoguem com diferentes temáticas, tais como: música e trabalho; canção e música instrumental; suportes de registro fonográfico; indústria fonográfica e produção independente; tradições, modernidades, conformismos e resistências na música latino-americana; música, culturas e identidades nacionais, música e ensino de História do Brasil e da América Latina, permeadas pelas articulações que compreendem a utilização da música como fonte para a escrita e ensino de História, enfatizando os fazeres e saberes musicais enquanto manifestações artísticas que compõem o complexo e fascinante amálgama de gêneros musicais praticados no território latino-americano.
Referências Bibliográficas
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ST 08 – História e Memória da Educação no contexto Latino-Americano: instituições, sujeitos e culturas escolares
Coordenadores
Estela Denise Schütz Brito (UNISINOS)
Milene Moraes de Figueiredo (PUCRS)
Eduardo Cristiano Hass da Silva (UNISINOS)
A História da Educação pode ser compreendida como um campo de investigação multifacetado e pluridisciplinar, que se estabelece na fronteira entre às áreas de História e de Educação. Pensar a História da Educação e os estudos provenientes desse enfoque se fazem especialmente importantes nos tempos atuais, nos quais, discursos políticos de retrocesso, envolvendo educação e cultura, circulam em meio a sociedade sem serem problematizados. Sendo a História da Educação um componente tão importante das práticas culturais e do cotidiano escolar, que nos permite analisar normas e comportamentos inculcados em cada época, ressaltamos nesse período sombrio, a necessidade de pensar a educação numa perspectiva histórica. Nesse sentido, o presente Simpósio Temático tem como objetivo promover um espaço de diálogo, reflexão e compartilhamento entre pesquisadores e demais interessados nos estudos que abrangem a História da Educação. Acolhe estudos que discorrem sobre a temática e que problematizem, dentre outras questões, as instituições educativas, seus acervos, os sujeitos, as culturas escolares e seus desdobramentos: práticas, rotinas, tempos, espaços e rituais, nos seus diferentes níveis de ensino, bem como nos diversos contextos e períodos históricos. Não esquecendo a influência de espaços não formais de ensino, também serão aceitos trabalhos que se insiram nessa temática. Consideram-se estudos que fazem uso de distintas metodologias de pesquisa, dentre as quais a memória oral, a análise documental escrita e imagética, estabelecendo relações passado-presente-futuro, a fim de refletir sobre a educação e suas marcas no contexto da América Latina.
Referências Bibliográficas
AMADO, Janaína; FERREIRA, Marieta de Moraes (Orgs.). Usos e abusos da História Oral. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998.
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GRAZZIOTIN, Luciane Sgarbi S.; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. Romagem do tempo e recantos da memória: reflexões metodológicas sobre História Oral. São Leopoldo: Oikos, 2012.
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ST 09 - História da saúde e das doenças em perspectivas plurais
Coordenadores
Bernardo Ternus de Abreu (UNISINOS)
Rogério Machado de Carvalho (UNISINOS)
Durante a Idade Média, devido à supremacia da moral cristã, o conhecimento sobre o corpo era algo proibido e acreditava-se que as doenças resultavam da punição divina aos pecadores. Os avanços científicos ocorridos no âmbito do Renascimento, decorrentes, em grande medida, da retomada dos clássicos, da globalização promovida pelas viagens ultramarinas e pelos contatos com outras culturas, propuseram justamente uma mudança nessa forma de pensar. Já o Iluminismo buscou na natureza uma nova compreensão do ser, ao mesmo tempo que o conhecimento científico estabeleceu um novo patamar para os saberes e sua aplicação. O corpo passou, então, a ser visto como uma máquina, o que alterou significativamente a percepção sobre as causas das doenças e os tratamentos que os enfermos deveriam receber. Se, por um lado, as enfermidades não foram mais definidas a partir de pressupostos teológicos, por outro, os procedimentos de cura não foram mais associados à expiação das culpas para salvação da alma ou à combinação de procedimentos próprios de uma medicina mágica e doméstica com pressupostos hipocrático-galênicos. O Setecentos se caracterizou, ainda, por várias inovações teóricas e práticas introduzidas no ensino médico e nas instituições que se dedicavam à formação dos profissionais das artes de curar, bem como nos procedimentos médico-cirúrgicos que passaram a ser adotados a partir de uma outra visão do corpo e de seu funcionamento. Os séculos XIX e XX assistirão a crescente especialização das instituições e dos profissionais da Medicina e o influxo de novas teorias médicas, de novos tratamentos, instrumentos e técnicas, face a necessidade de fazer frente a novas doenças e às realidades distintas enfrentadas pelas populações de todos os continentes. Este simpósio tem por objetivo oportunizar a divulgação de pesquisas ligadas à temática da História da Medicina e da História da Saúde e das Doenças e, ainda, a reflexão sobre os papeis desempenhados pelos profissionais das artes de curar tanto através de suas publicações, quanto de sua atuação prática para a renovação e a circulação de saberes e práticas curativas.
Referências Bibliográficas
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ST 10 - História e Imprensa: abordagens e perspectivas
Coordenadores
Guilherme Pereira Ordoque (UNISINOS)
Letícia Sabina Wermeier Krilow (PUCRS)
Pricila Niches Müller (PUCRS)
Com as transformações nas concepções e nos métodos que foram predominantes até o final do século XX na História, ocorreu uma significativa ampliação, no âmbito historiográfico, das pesquisas que utilizam a imprensa como fonte e/ou objeto. Neste processo, a interdisciplinaridade foi um fator de extrema relevância. A utilização de aportes teóricos e metodológicos de outras áreas do conhecimento, como os da Comunicação, por exemplo, trouxe novos questionamentos e possibilidades de análise sobre a atuação dos veículos informativos. Particularmente relevante na conjuntura atual, é imprescindível que a academia promova debates e trocas de saberes sobre o tema, com o objetivo de aprimorar as pesquisas de alunos de graduação e pós-graduação. Dessa forma, o Simpósio História e Imprensa tem como objetivo congregar investigações que utilizam a imprensa tanto como fonte quanto objeto de estudo e reunir estudos de variados recortes temporais e temáticos. Sem desconsiderar a inserção social, as lógicas internas e suas vinculações externas, por fim, este Simpósio também visa problematizar as relações da Imprensa com os campos político e econômico.
Referências Bibliográficas
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WAINER, S. Minha Razão de Viver. Rio de Janeiro. Record. 1993.
ST 11 – Corpo, História e Movimento: os esportes através de um olhar interdisciplinar
Coordenadores
Fabrício Cardoso da Silva (UNISINOS)
Deivid da Silva Ferreira (UNISINOS)
Cada vez mais cresce o interesse em se discutir nas Ciências Humanas aquilo que comumente denominamos de atividades recreativas do corpo. Se para Huizinga (2011) toda interatividade humana possui um caráter lúdico e social, os esportes se inserem neste amplo cenário onde os estudos historiográficos conseguem dialogar com outras áreas do saber. Assim, tendo como objetivo ampliar a discussão sobre a temática esportiva no ambiente acadêmico, propomos e convidamos a todos para refletirmos diversas leituras sobre o corpo em movimento e suas ramificações.
Alabarces (2008), ao falar do futebol inspirado pelas ideias de Sarlo (1997), define esse esporte como uma máquina cultural do século XX e XXI. Se para a América Latina a experiência aglutinadora do futebol se faz visível, estudos como o de Bale (2003) apontam o Beisebol e o Basquetebol como seus análogos nos Estados Unidos. Outros trabalhos apontam para atividades como o ciclismo, o boxe, a patinação. Lugares de sociabilidade, logo as praças esportivas, as ruas, os bares, proporcionam encontros e desencontros, moldando a atividade do grupo a cada vitória ou derrota.
Assim, jornais, portais nas mídias eletrônicas, transmissões pela televisão e rádio foram impulsionadas pela prática esportiva, construindo um verdadeiro mundo do trabalho esportivo. Não podemos deixar de mencionar aquelas áreas que, impulsionadas pelos esportes, tiveram importantes avanços técnicos, como a medicina, a farmacologia, a psicologia, dentre outras. O esporte como espetáculo Olímpico ou como negócio, a exemplo da NBA, entrou no cotidiano das pessoas. São as sensibilidades, talvez, o maior exemplo de como a prática esportiva adentrou na vida de boa parte dos sujeitos deste globo, que se emocionam, choram, riem, encantam e criam com a maravilha de um instante, de um tempo único, como Huizinga denominou o tempo do Jogo.
Referências Bibliográficas
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FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Dança dos Deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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ST 12 - História, Política e Imprensa
Coordenadores
Paulo Eduardo Fasolo Klein (UNISINOS)
Thaíze Ferreira da Luz (PUCRS)
Pâmela Chiorótti Becker Souza (PUCRS)
A História Política reúne atualmente um campo fértil de pesquisas acadêmicas. Acreditamos que para compreender o funcionamento de regimes e instituições, é fundamental estudarmos o campo político e suas implicações sociais e culturais, como parte do processo de consolidação das democracias. Conhecer os elementos que formam e delimitam a cultura política de uma sociedade é tarefa fundamental para compreender como funcionam suas instituições políticas e os fatores que legitimam os agentes políticos que controlam tal sociedade. Nessa perspectiva, o uso dos meios de comunicação de massas para abordar a História Política, torna possível estudar a análise do poder através de outros prismas. Assim, pensando pela perspectiva da renovação dos estudos sobre o tema, verificamos que os veículos de comunicação, acabam sendo um campo de construção intelectual e espaço de disputa. Desta maneira, a discussão de trabalhos que envolvam essa temática se torna muito rica e importante no meio acadêmico, mostrando-se como um momento para a troca de saberes entre estudantes de graduação e pós-graduação. Por essa razão o Simpósio História, Política e Imprensa tem como objetivo reunir pesquisadores com variados marcos temporais e temas, utilizando como fonte/objeto de pesquisa a imprensa.
Referências Bibliográficas
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ST 13 - Experiências, críticas e fronteiras entre os corpos
Coordenadoras
Priscilla Almaleh (UNISINOS)
Daniela Adriana Garces de Oliveira (PUCRS)
Numa sociedade opressora, gerada dos ventres corrompidos pelo estupro dos grupos originários e escravizados e estruturada nas desigualdades raciais e sociais, o GT Estudos de Gênero - ANPUH/RS busca trabalhos que dialoguem com as novas teorias epistemológicas e críticas, que signifiquem e respeitem a importância da subjetividade perante a objetividade enrijecida das disciplinas nascida no humanismo do homem branco e hétero. Todavia, também dialogaremos com as múltiplas temporalidades e teorias que perpassaram os estudos de gênero dentro dos espaços acadêmicos.
Assim, estruturamos esse simpósio a partir de um conceito chave, criado pelas teóricas e ativistas feministas, a experiência. Donna Hawaray (1995) explica que os saberes localizados são moldados e passados a partir da oralidade e na capacidade de experienciar, sendo assim, nos propomos a ouvir e discutir pesquisas que tornem a investigação também uma experiência corpórea. A subjetividade torna-se uma das alternativas para a já explícita exclusão dos grupos que ainda são denominados como subalternos e marginais pelos pesquisadores, afastados da ciência, fato que muda, um pouco, com as múltiplas temáticas que foram se constituindo a partir de 1960. Todavia, perante a maioria dos espaços acadêmicos, a visibilidade fora, e continua sendo, marginal e o armário acaba sendo lugar dessas investigações que tratam/trataram sexualidades e gênero.
Atualmente vemos uma crescente ressignificação nos estudos e, apesar dos movimentos fascistas ao redor do mundo, as pesquisadoras/es se unem para explicar que não há uma desassociação entre a cientista/o e a pesquisa, pelo contrário, são as nossas experiências que moldam nossos olhares, vivências e pesquisas. São essas fronteiras que desejamos ultrapassar, com trabalhos que pensem, repensem e vivam as experiências e críticas dos estudos sobre os diferentes grupos: mulheres, homens, negras, negros e LGBTQI+, com trabalhos voltados as diferentes dimensões sociais que moldam os seres humanos como atrizes e atores de suas próprias histórias.
Referências Bibliográficas
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ST 14 – História Indígena
Coordenadores
Andressa de Rodrigues Flores (UNISINOS)
Amilcar Aroucha Jimenes (UNISINOS)
No compasso das demandas observadas a cada momento histórico, a História Indígena tem se estabelecido como um dos campos mais fecundos da produção historiográfica. Esforços que englobam os mais variados recortes temáticos e cronológicos, e de modo geral, marcados pelo exitoso diálogo com outras áreas relacionadas ao tema. Em especial, no Brasil de tempos recentes, de um lado destacam-se questões relacionadas aos patentes desafios dos povos indígenas em manter e aperfeiçoar conquistas logradas a partir da grande mobilização que ganhou visibilidade na década de 1980, do outro, os primeiros resultados colhidos a partir de novas discussões gestadas nos espaços acadêmicos, movidas pela tentativa de fazer emergir as potencialidades dos saberes produzidos no interior do universo ‘ameríndio’. Atenta a essas circunstâncias, a proposta deste Simpósio Temático foi elaborada com o intuito de recrutar pesquisas imbuídas em trazer questionamentos ao campo da História Indígena, em suas inúmeras dimensões. Isto inclui reflexões de valor teórico, metodológico e propriamente inclinadas a anunciar novos olhares a determinados fatos, processos e trajetórias de indivíduos e grupos relacionados a esse eixo de discussão.
Referências Bibliográficas
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ST 15 – Memória e Patrimônio histórico como vetores de resistência em momentos de crise
Coordenadores
Cinara Isolde Koch Lewinski (UNISINOS)
Rodrigo Luis dos Santos (UNISINOS)
O presente simpósio temático busca considerar a produção historiográfica acerca da memória e do patrimônio material e imaterial historicamente constituídos. Trata-se de pensar a patrimonialização como um processo em que a produção de lugares de memória está relacionada com os diversos usos que se faz do passado, que tanto pode ser vinculada a uma expressão de ordem hegemônica, como pode ser uma demonstração da afirmação das várias singularidades sociais. Neste sentido, propõe-se repensar sobre o que é lembrado e o que está sendo esquecido e permanece por trazer em discussão. Sendo assim, serão bem-vindos estudos interdisciplinares, como antropologia, museologia, sociologia, entre outros, que apontam vários caminhos de investigação sobre a constituição e narrativa de museus, arquivos memoriais ou que assinalam iniciativas de valorização das manifestações culturais e de participação comunitária, bem como trabalhos ligados a memória coletiva e social.
Referências Bibliográficas
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ST 16 – Ditaduras no Cone Sul do Século XX: lutas políticas em busca de direitos
Coordenadores
Marcos Alesandro Neves dos Santos (UFSM)
Camila de Almeida Silva (UFSM)
Este Simpósio busca reunir trabalhos dos mais diferentes campos do saber, dedicados à investigação do tema sobre as ditaduras do Século XX no Cone Sul, em todas as suas dinâmicas, (seus antecedentes, a transição política, e sobre os processos de construção democrática) de modo especial, na relação com os Mundos do Trabalho (urbano e rural), pela luta por direitos, por memória e justiça, bem como sobre os usos públicos do passado (a utilização de referências históricas na contemporaneidade e o constante uso de anacronismos, que descaracterizam os fenômenos em suas especificidades, prejudicando assim análises mais amplas) e a história pública. Objetiva, também, analisar a classe trabalhadora durante as ditaduras civil-militares na Argentina, no Brasil, no Chile, no Paraguai e no Uruguai, sem perder de vista as importantes transformações sociais, econômicas e culturais desse período e seus desdobramentos, estando atento as especificidades das experiências locais e nacionais, verificando possíveis conexões entre elas. Em conjunto, busca-se tematizar a repressão e as resistências desse período histórico, além das relações de poder estabelecidas entre o Estado e as organizações políticas, partidárias, sociais, religiosas e demais aspectos sociais que façam parte do nosso recorte, com o intuito de proporcionar uma visão mais ampla do que está sendo proposto.
Referências Bibliográficas
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THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa. Editora: Paz e Terra. 1984
THOMPSON, E.P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras. 2011.
ST 17 – Autoritarismos e democracia no Brasil Republicano: perspectivas históricas e historiográficas
Coordenadores
Vinícius de Oliveira Masseroni (UNISINOS)
Luisiane da Silveira Gomes (UNISINOS)
Fábio Roberto Wilke (UNISINOS)
O ST proposto tem como objetivo congregar trabalhos de matizes teóricos e historiográficos diversos sobre os períodos de autoritarismos, como o Estado Novo (1937-1945) e a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) e democracias durante a experiência republicana brasileira. Por muito tempo, abordagens da história econômica e política dominaram a produção historiográfica sobre esses períodos. Tais perspectivas ainda têm resultados a agregar ao conhecimento histórico e, por este motivo, são bem-vindos no ST. No entanto, as diversas lutas políticas como as feministas, dos movimentos negros e dos movimentos LGBTQ+ forçaram os campos historiográficos a repensar o lugar desses “novos” sujeitos dentro da disciplina e do conhecimento histórico. Nesse sentido, o ST busca abrigar todos aqueles que, estimulados pelos novos ares historiográficos, buscam, por meio dos pensamentos feminista e/ou de gênero, e dos pensamentos negros, renovar as pesquisas sobre as relações sociais diversas desenvolvidas em períodos de democracias e autoritarismos dentro da sociedade brasileira durante o período Republicano. As perspectivas que contemplam uma dimensão comparativa, entre Brasil e países latino-americanos, em especial, também estão no escopo deste simpósio temático. Busca-se estabelecer um diálogo amplo, e que inclua desde perspectivas do Estado (relação com a sociedade e, em especial, a repressão estatal) até a sociedade civil; partidos políticos (de esquerda e direita); história sob a perspectiva de gênero; história dos movimentos étnicos em sua diversidade (negros e indígenas), serão bem-vindos, desde que com dialoguem com a proposta mais ampla do ST, História das democracias e autoritarismos do Brasil Republicano.
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ST 18 - Diálogos sobre História Militar
Coordenadores
Bárbara Tikami de Lima (UNISINOS)
Guilherme Nicolini Pires Mais (UFRGS)
Paola Natália Laux (UFRGS)
O presente simpósio temático tem como objetivo promover um espaço de ampliação do debate acerca da História Militar. Trata-se de uma área do conhecimento histórico até então pouco desenvolvida nos setores universitários brasileiros, que por anos via o assunto com receio e desconfiança. No Brasil, à medida em que houve um fortalecimento da história enquanto campo profissional também ocorreu uma intensificação dos envolvimentos militares na política. A Ditadura Militar (1964-1985) impôs duras penas ao pensamento crítico da população brasileira que, no âmbito do conhecimento universitário, foi desencorajada de levar adiante pesquisas sobre as Forças Armadas. A academia dedicou pouca atenção à história militar para além do estudo do envolvimento militar na política - ponto problemático num regime autoritário. Por outro lado, nas organizações de historiadores/as ligados/as às sessões históricas das Forças Armadas, a produção historiográfica castrense permaneceu intensa. Contribuindo, assim, para que as sessões das Forças Armadas estendesse seu poder sobre o campo histórico, especialmente pelo controle dos arquivos (fundamentais para o ofício histórico) e pelo conhecimento técnico, natural da profissão militar. Por muito tempo essa produção historiográfica ficou restrita à modelos voltados aos aspectos técnicos da batalha e a construção de narrativas patrióticas, comemorativas e grandiloquentes acerca dos heróis nacionais (sobretudo homens) e das grandes batalhas. A partir da redemocratização, especialmente ao longo da década de 1990, quando aconteceu um distanciamento temporal da referida ditadura, que o tema volta a aparecer com maior vigor nos debates acadêmicos, expandindo-se nos programas de pós-graduação nas universidades brasileiras. Cientes de que todo objeto historiográfico permeia diferentes áreas do conhecimento e que o campo da História Militar tem recebido diversas contribuições que abrem caminho para novas abordagens, metodologias e para o uso de fontes de pesquisa antes não observadas, este simpósio acolherá trabalhos que consideram as instituições militares e/ou os indivíduos que a compõe como parte de um todo social. Serão aceitos trabalhos que contemplem dimensões políticas (nacional e internacional); bélicas (questões estratégicas, logísticas e institucionais que dizem respeito à estrutura e funcionamento das Forças Armadas e policiais); culturais (a construção dos soldados; as invenções das tradições); as relações de gênero na caserna; bem como trabalhos que versem sobre a abordagem da ação militar pelo ponto de vista do sujeito que é alvo desta ação. Outrossim, destacamos que o estudo da história militar não implica em apologia ao militarismo, algo que as(os) coordenadoras(es) deste simpósio rechaçam de modo veemente.
Referências Bibliográficas
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ST 19 – Teoria da história e história da historiografia: debates e perspectivas
Coordenadores
Lívia Amarante Gallo (UNISINOS)
Vicente da Silveira Detoni (UFRGS)
A atual conjuntura historiográfica é marcada por uma reflexão sobre o estatuto disciplinar da historiografia. Num contexto de uma sociedade formada por sujeitos cada vez mais plurais e que reivindicam narrativas sobre o passado como parte de sua luta por justiça e reconhecimento, o modelo de história-disciplina, assentado no unívoco e supostamente universal conceito moderno de história, dá sinais de esgotamento tanto como um instrumento de conhecimento quanto uma estratégia política. A contestação deste modelo, no entanto, não parte apenas de críticos que reconhecem nele uma matriz eurocêntrica que impregnaria mesmo a fala de sujeitos subalternos que necessitam narrar as suas experiências silenciadas, mas também a crise da autoridade deste saber institucionalizado parte de grupos reacionários “anti-establishment” que, sob a denúncia da presumida hegemonia de uma narrativa única e politicamente orientada partindo das universidades, exploram um perceptível distanciamento entre a produção dos “historiadores disciplinados” e os mais diversos públicos da história.
O início do século XXI assistiu a uma progressiva democratização dos meios de se produzir histórias, seja pela inserção massiva das tecnologias digitais na vida das pessoas, seja pela inclusão de sujeitos historicamente marginalizados nos quadros das universidades. Esta profusão de vozes e textos sobre o passado, que disputam sobre significados e sentidos, e ocupam lugares assimétricos de enunciação, coloca em questão a figura do historiador enquanto um mediador necessário na forma como a sociedade se relaciona com passado e enquanto um árbitro que poderia regular as controvérsias ou intervir nos casos de negacionismos ou mentiras históricas.
Neste simpósio temático, buscaremos reunir trabalhos de história da historiografia e teoria da história que possibilitem reflexões sobre a produção do conhecimento histórico ontem e hoje, valorizando questões como: as contingências que permitiram a disciplinarização/profissionalização da história; as experiências de tempo que possibilitaram e as mutações no tempo histórico que vêm possibilitando inovações nas narrativas historiográficas; os diferentes sujeitos produtores de conhecimento e os diferentes públicos que demandam esse conhecimento; figurações do historiador(a); a influência das mídias sociais na conformação de imaginações históricas.
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Valdei. O Direito à História: O(A) Historiador(a) como Curador(a) de uma experiência histórica socialmente distribuída. In: Géssica Guimarães, Leonardo Bruno, Rodrigo Perez. Conversas sobre o Brasil: ensaios de crítica histórica. Rio de Janeiro: Autografia, 2017, p.214; p.207.
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CEZAR, Temístocles. O que fabrica o historiador quando faz história, hoje? Ensaio sobre a crença na história (Brasil séculos XIX-XXI). Rev. antropol. (São Paulo, Online) | v. 61 n. 2: 78-95 | USP, 2018
HARTOG, François. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 37, nº 74, 2017.
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ST 20 – História da Infância: Desafios, reflexões e possibilidades
Coordenadores
Maurício Pereira (UNISINOS)
Lisiane Ribas Cruz (UNISINOS)
O presente Simpósio Temático tem como objetivo reunir trabalhos de pesquisa dedicados à temática da infância dentro da historiografia, buscando conhecer e compartilhar diversas abordagens que podem ser suscitadas no estudo desse campo. Nas últimas décadas, os estudos que se ocupam de analisar diferentes elementos em relação à infância têm tido um grande crescimento em números de trabalhos e perspectivas, de modo que “a história da infância tem recebido a atenção de pesquisadores preocupados em dar ‘voz e vez’ a essa parcela considerável de nossa população” (SCOTT, 2016, p. 18). Embora atualmente possa ser observado um crescimento na quantidade de pesquisas que buscam trazer à tona esses indivíduos, por muito tempo a infância foi um tema pouco trabalhado dentro da historiografia. Conforme é exposto por Cardozo (2015), podemos ver que “A História da Criança, há pouco tempo, era considerada um recorte dentro da História da Família, mas, com o passar dos anos, foi se consolidando como um domínio, com relativa autonomia, dentro do campo acadêmico da História” (p. 20). Além disso, o campo de estudos da História da Infância também é responsável por evidenciar realidades de crianças e adolescentes que estavam inseridos em situações de pobreza e vulnerabilidade social, uma característica que é apontada por Del Priore (2008), uma vez que a autora nos aponta que “O mundo que a ‘criança deveria ser’ ou ‘ter’ é diferente daquele onde ela vive, ou no mais das vezes, sobrevive” (p.8). Sendo assim, o objetivo desse ST é proporcionar um espaço de exposição e interação entre diferentes pesquisadores e pesquisadoras que se dedicam a essa temática, possibilitando assim um momento de conhecimento de diversas pesquisas da área de História e também de outras áreas que possam contribuir para o crescimento desse campo de estudo.
Referências Bibliográficas
CARDOZO, José Carlos da Silva. “Como se fosse meu filho?” As crianças e suas famílias no Juízo dos Órfãos de Porto Alegre (1860 – 1899). 2015. 337 f. Tese (Doutorado) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escolas de Humanidades, Programa de Pós-Graduação em História, São Leopoldo, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4998/JOS%C9+CARLOS+DA+SILVA+CARDOZO_.pdf;jsessionid=12A1FC209418B15D7A27E46F12AF875F?sequence=1
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CARVALHO, Marta Maria Chagas de. Quando a história da educação é a história da disciplina e da higienização das pessoas. In: FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
CRUZ, Lisiane Ribas. “A infância abandonada é a sementeira do crime” – O julgamento de menores pela Comarca de Santa Maria (1910-1927). 2017. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em História, São Leopoldo/RS, 2017. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6895
DEL PRIORE, Mary (Org). História das Crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
KORNDÖRFER, Ana Paula. “É melhor prevenir do que curar”: A higiene e a saúde nas escolas públicas gaúchas (1893 – 1928). São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016.
MARCÍLIO, Maria Luiza. História Social da Criança Abandonada. 2. ed. São Paulo: HUCITEC, 2006.
MOURA, Esmeralda Blanco B. de; AREND, Silvia Maria Fávero. Um norte em comum: infância no sul do Brasil na produção historiográfica brasileira. In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 37-57.
PASSETTI, Edson. Crianças carentes e políticas públicas. In: DEL PRIORE, Mary (Org). História das Crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
RIZZINI, Irene; RIZZINI, Irma. A institucionalização de crianças no Brasil: Percurso histórico e desafios do presente. São Paulo: Loyola, 2004.
SANTOS, Marco Antonio Cabral dos. Criança e criminalidade no início do século. In: DEL PRIORE, Mary (Org). História das Crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
SCOTT, Ana Silvia Volpi. História da Infância, da juventude e da família: que caminhos percorrer?. In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 14-37.
TISOTT, Ramon Victor. Pequenos trabalhadores. Infância e industrialização em Caxias do Sul (fim do séc. XIX e início do XX). Dissertação (Mestrado em História). Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo/RS, 2008. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3542
ZANELLA, Ana Paula. A justiça frente aos delitos de menores em Porto Alegre (1927 -1933). In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 234-258.
ST 21 – História Ambiental e diálogos interdisciplinares
Coordenadores
Eduardo Relly (UNISINOS)
Marcos Rogério Kreutz (UNIVATES)
Janaíne Trombini (UNIVATES)
Através de atividades diversas e em momentos históricos distintos, a humanidade passou a modificar intensamente o ambiente natural, moldando-o às suas necessidades e interesses. A ocupação e a exploração humana de praticamente todas as áreas do planeta, mesmo as mais inóspitas, tornou-se uma marca do nosso tempo, desafiando, inclusive, as identidades ontológicas da natureza e do humano. Encontramo-nos, logo, sob a responsabilidade de encontrarmos um caminho de pesquisa que possa mapear o entendimento da complexa teia de relações que perfazem nossos ecossistemas e sociedades. A história ambiental como estudo das inter-relações entre os seres humanos e a natureza, tem recebido – visto a complexidade das questões acima levantadas -, contribuições de pesquisadores em todo o mundo; de fato, a pesquisa em história ambiental segue firme em diferentes ambientes acadêmicos e pauta temas contemporâneos como o Antropoceno, justiça ambiental e as mudanças climáticas. Com o objetivo de reunir diferentes profissionais na perspectiva da história ambiental e amplificar o espaço de debate sobre o tema, para este simpósio temático abriremos debates sobre o as pesquisas no campo da história ambiental e demais diálogos interdisciplinares. Assim, procuramos compreender os problemas, desafios, abordagens, orientações teóricas e metodológicas e convergências ligados ao tema meio ambiente com focos espaciais e temporais diversos.
Referências Bibliográficas
DRUMMOND, José Augusto. A história ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n. 8, p. 177-197, 1991.
DUARTE, Regina Horta. História & natureza. Belo Horizonte (MG): Autêntica, 2005.
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MARTINS, Marcos Lobato. História e meio ambiente. São Paulo: Annablume; Faculdades Pedro Leopoldo, 2007.
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WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 198-215, 1991.
ST 22 – Migrações históricas: historiografia, abordagens e fontes
Coordenadores
Welington Augusto Blume (UNISINOS)
Norton Neves (UNISINOS)
A história da migração é imprescindível para a compreensão das realidades nacionais e internacionais, sejam estas atuais ou passadas. Especificamente no Brasil, a migração se tornou um marco que consolidou e transformou a história do país, moldando, através dos processos imigrantistas, uma nova realidade para a população que vivia e que passou a viver em terras brasileiras. Sendo um tema tão vasto e rico procuramos oferecer um amplo espaço para debates e apresentações das pesquisas que estão sendo desenvolvidas ou já foram concluídas. Assim sendo, este simpósio temático visa reunir as mais diversas pesquisas sobre a temática das migrações históricas. O recorte temporal contempla o século XIX e o início do século XX, momento expressivo de migrações para a América Latina. O mote da discussão está centrado na produção historiográfica nesse campo de pesquisa, as abordagens que estão norteando os trabalhos mais recentes e um debate acerca das fontes de pesquisa que vêm sendo utilizadas pel@s pesquisador@s.
Referências Bibliográficas
ARENDT, Isabel Cristina; WITT, Marcos Antônio. Estudo comparado: educação e imigração nas Colônias alemãs de São Leopoldo (Brasil) e Valdivia (Chile). MÉTIS: história & cultura – v. 17, n. 34, p. 271-294, jan./jun. 2018.
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WITT, Marcos Antônio. Estudos comparados na imigração: Brasil e Chile como possibilidade investigativa. Editora UPF: Passo Fundo, 2018.
ST 23 - Redução de escala de análise e História Social
Coordenadoras
Cibele Caroline da Rosa (UNISNOS)
Jéssica Fernanda Arend (UNISNOS)
Através do simpósio temático “Redução de escala de análise e História Social” visamos discutir produções historiográficas voltadas à História Social com a inspiração metodológica da Micro-História italiana, a qual objetiva a redução de escala de análise, o cruzamento nominativo e a preferência pelo singular frente o geral para a compreensão dos processos históricos. Entendendo a História como a ciência das perguntas gerais e respostas específicas, buscamos promover o debate em torno de temas como estratégias, formação de redes sociais e conflitos. São bem vindas as pesquisas em História Social que abordem proposições em torno das migrações históricas para o Brasil (séculos XVIII e XIX), relações em torno da terra, gênero e família. Através da micro-história pode-se desnaturalizar dados homogêneos e estatizantes, que colocam os sujeitos como determinados a partir dos grandes processos históricos. Também procuramos dialogar com as diferentes fontes consultadas durante as pesquisas, visando troca de experiências e discussão do uso das mesmas.
Referências Bibliográficas
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KARSBURG, Alexandre; VENDRAME, Maíra I. Investigação e formalização na perspectiva da Micro-História. In: VENDRAME, Maíra I.; KARSBURG, Alexandre; MOREIRA, Paulo R. S. (Orgs.). Ensaios de micro-história, trajetórias e Imigração. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016. (p. 86-113).
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ST 24 - Experiências negras em discussão: Escravidão, Emancipações e Pós-Abolição
Coordenadores
Matheus Batalha Bom (UNISNOS)
Vitor da Silva Costa (UNISINOS)
Bruna Letícia de Oliveira dos Santos (UNISINOS)
Este Simpósio temático tem por objetivo promover o debate acerca das experiências negras em contextos de escravidão e pós-abolição. Tendo em vista as inúmeras estratégias operadas pelas pessoas negras na construção de identidade, espaço de autonomia e cidadania ao longo dos séculos XIX e XX, pretende-se problematizar os significados da liberdade. Também, pensar o pós-abolição não só através de fronteiras cronológicas, mas conceitualmente, isto é, como um campo de estudos. Para isso, o Simpósio abrirá espaço para uma pluralidade de temas como história do trabalho escravizado e livre, relações entre negros(as) com outro grupos étnico-raciais, atuação política, obtenção de alforria; precariedade da liberdade; lutas abolicionistas; memórias do cativeiro; heranças africanas; trajetórias familiares; religiosidades, associativismo; cidadania; imprensa negra; intersecções entre gênero, raça e classes.
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Coordenadores
André Barbosa Fraga (UFF)
Douglas Souza Angeli (UEMG)
Mayra Coan Lago (USP)
O ano de 2020 será marcado por duas importantes efemérides da história política do Brasil contemporâneo: os 90 anos da Revolução de 1930 e os 70 anos das eleições de 1950. Com o objetivo de refletir a respeito desses movimentos e de seus desdobramentos, este simpósio busca reunir pesquisas sobre as transformações significativas ocorridas no Brasil de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, quando Getúlio Vargas ocupou a presidência da República. O intuito do ST é o de fomentar a troca de experiências e de conhecimento entre os historiadores que abordam esse período a partir de análises culturais, políticas, econômicas ou sociais. São bem-vindos trabalhos que versem sobre qualquer aspecto relacionado às ações empreendidas pelos governos provisório, constitucional, ditatorial do Estado Novo e democrático de Vargas. Da mesma forma, serão aceitas pesquisas focadas nos reflexos que essas medidas tiveram no âmbito regional dos diferentes estados ou em âmbito internacional. Além disso, poderão participar pesquisadores que estudam as oposições e as resistências aos projetos apresentados pelo grupo político de Vargas, assim como aqueles que analisam as consequências desses governos, algumas que se estendem até os dias de hoje. Este ST é vinculado ao grupo de pesquisa Dimensões do Regime Vargas e seus Desdobramentos e também ao GT de História Política da ANPUH-RS. Cientes da importância do Regime Vargas para a História do Brasil e certos de que muitos dos acontecimentos desse período influenciaram significativamente o país nas décadas seguintes, convidamos todos que tenham objeto de pesquisa correlato ao simpósio e que queiram se juntar ao debate.
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Periódico:
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ST 02 – Interesses e ações na reconfiguração da propriedade da terra: usos e argumentos
Coordenadoras
Júlia Leite Gregory (UNISINOS)
Kalinka de Oliveira Schmitz (UNISINOS)
A história da propriedade da terra não se refere apenas ao modo como os territórios foram organizados ao longo do tempo, mas sobretudo às vidas humanas que foram/são afetadas por esse processo. A própria concepção de propriedade já possuiu distintos entendimentos; imaginar um uso voltado basicamente para subsistência de uma família ou grupo, sem contato obrigatório com o mercado, não tanto tempo atrás, pode parecer difícil em épocas onde a economia de mercado impera sobre a sociedade. A partir do século XIX, o capitalismo foi avançando sobre as formas de organização humana, provocando mudanças em vários aspectos, inclusive no que diz respeito aos direitos sobre a propriedade agrária. No Brasil, esse processo se deu principalmente com a promulgação da Lei de Terras de 1850, a qual instituiu a compra como único meio de acesso à terra, impactando o processo colonizatório, e principalmente, a situação de indígenas e homens livres pobres que viviam nas matas. No entanto, sabemos que a legislação não é capaz, por si só, de mudar o significado do solo para os indivíduos e nem o modo como estes se relacionam com o mesmo. A privatização fundiária foi um fenômeno que acompanhou a instalação do capitalismo, porém, as populações afetadas por tal fenômeno não se adaptaram (querendo ou não) de pronto; essa diferença entre a privatização fundiária e a adaptação ao novo cenário gerou conflitos e discussões que reverberam até a atualidade. Nesse sentido, queremos convidar todos aqueles que se interessam pelo debate sobre a propriedade da terra, buscando discutir o tema nos mais variados sentidos e englobando diversos lugares e períodos.
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ST 03 – Minorias excluídas: o protagonismo das “raças inferiores” frente ao contexto colonial e capitalista a partir da conquista no século XVI e seus desdobramentos na atualidade
Coordenadores
Adriana Picheco Rolim (UNISINOS)
Júlio Cesar da Rosa (UNISINOS)
As questões relacionadas à inclusão e a exclusão no cenário social e político brasileiro de determinadas etnias estão muito presentes nos debates atuais, bem como aquelas de gênero e as diferenças de cunho religioso. Pensando na formação social, econômica e política do Brasil desde a conquista em 1500, percebemos narrativas de alguns setores da sociedade que persistem em exaltar um protagonismo tímido de determinadas “raças”, pensando no conceito do período, que fizeram parte da construção da identidade nacional, como os africanos e os indígenas. Nos séculos posteriores a chegada dos portugueses, um número considerável de imigrantes europeus, em sua maioria, cruzou o Atlântico e aportou em terras brasileiras, muitos em busca de condições econômicas melhores ou fugindo das grandes guerras mundiais. Judeus, italianos, alemães, russos, poloneses, ucranianos, entre outros, protagonizaram o cenário brasileiro do século XVII até a primeira metade do XX. Deste modo, com a diversidade étnica no país alguns grupos foram tratadas como “sub-raça”, a partir de uma ideologia eugênica e eurocêntrica, como os indígenas e os africanos e outras pela questão religiosa e econômica como os judeus perseguidos durante a Inquisição na Europa. A submissão de determinados povos, perseguições, escravização e extermínio a partir de ideologias eugênicas, religiosas ou econômicas, são percebidos a partir da escalada capitalista legou a diversos povos mudanças significativas nos campos social, cultural e laboral, africanos e indígenas viram-se diante do modelo de trabalho europeu, acomodando-se obrigatoriamente, em um modelo de sociedade, cuja possibilidade de protagonismo nesta estava aquém das querências. Esta proposta busca discutir a construção das diferentes formas de dominação impostas a indígenas conquistados, africanos escravizados e judeus convertidos e suas relações de resistência desde a chegada dos portugueses no século XVI e seus desdobramentos na atualidade.
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ST 04 – Histórias outras em tempos de crise: abordagens decoloniais
Coordenadores
Maira Damasceno (UNISINOS)
Dorvalino Refej Cardoso (UFRGS)
Gabriel Chaves Amorim (UNISINOS)
Entendendo que desde a colonização da América no ano de 1492 para os Povos Tradicionais Indígenas e posteriormente para os Quilombolas há novas configurações, seguidas de reconfigurações territoriais, políticas, ambientais e sociais. Podemos afirmar então, que para essas sociedades são 520 anos vivendo “tempos de crise” entre trocas, relações, transformações e reconquistas (cidadania, direitos, terras, memórias, histórias...). Também reconhecendo que os estudos sobre os povos tradicionais são primordialmente transdisciplinares, este simpósio pretende reunir pesquisadores desses temas que versem sobre as estratégias, realidades e o cotidiano de lutas vivenciados por esses grupos, contemporâneos ou não, porém, que utilizem metodologias e teorias que considerem o ponto de vista dos próprios sujeitos. Nesse sentido, serão bem-vindos trabalhos com abordagens decoloniais, isto é que considerem as Histórias outras, seja em abordagens históricas, ambientais, sociais, antropológicas, educacionais, jurídicas, de saúde, ou afins, que valorizem, sobretudo, a oralidade, história oral, relatos e também a utilização de fontes ou análises que privilegiam a perspectiva dos sujeitos.
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ST 05 – Imagens e História: fontes, acervos e novas abordagens
Coordenadoras
Luciana da Costa de Oliveira (UNISINOS)
Carolina Martins Etcheverry (PUCRS)
Ketlin Quinhones Wons (UNISINOS)
Durante muito tempo, as imagens serviram de elemento ilustrativo tanto aos pesquisadores quanto aos seus trabalhos. Referenciar pinturas, fotografias, esculturas e demais elementos que compõem o campo da visualidade era, na realidade, uma forma de comprovar, visualmente, o que o texto escrito apontava. Uma conclusão por imagens, por assim dizer. Atualmente, frente a diversos estudos que colocam a imagem como fonte e problema de pesquisa, tal objeto tem ganhado espaço e tem sido problematizado a partir de novos questionamentos. O presente Simpósio Temático se propõe debater não apenas os usos e desusos de tais fontes de pesquisa, mas também suas potencialidades e especificidades. Além disso, percebê-las em museus e compondo diferentes acervos, igualmente oportuniza a construção de novos questionamentos. Com isso, propomos um espaço de reflexão e diálogo junto a trabalhos que tenham como fonte pinturas, fotografias, filmes, caricaturas, e demais produções artísticas. Assim, será possível pensar os usos da imagem a partir de seu valor documental, narrativo e representativo na pesquisa histórica e, igualmente, nos espaços de sua salvaguarda como os acervos pessoais, públicos e institucionais. Discutiremos, com isso, as potencialidades e a relevância das fontes imagéticas para se pensar o Brasil e América Latina em tempos de crise de organização, conservação e preservação de acervos visuais.
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ST 06 - A colonização sob diferentes perspectivas: jesuítas, missões e fronteira (séculos XVII e XVIII)
Coordenadores
Jefferson Aldemir Nunes (UNISINOS)
Juliana Aparecida Camilo da Silva (UNISINOS)
Helenize Soares Serres Bernardes (UNISINOS)
Nas Américas portuguesa e espanhola os jesuítas e suas respectivas missões tiveram papel crucial na política colonial, elas eram a “ponta de lança” (Weber,2007) de tal política que tinha o papel de evangelizar e civilizar as populações nativas contatadas. Entretanto, mesmo que de aparência homogênea, esse projeto teve diferentes efeitos, em razão de que, cada sujeito, jesuíta ou indígena, grupo ou região contrapôs de distintas maneiras. Neste sentido, estudos sobre as diferentes ações colonizadoras e suas respectivas consequências, ocupam lugar de destaque nas reflexões, e permitem pensar os díspares contextos envolvidos na expansão dos europeus e da fé cristã. Por este ângulo, análises de trajetórias dos religiosos que entraram em contato com os indígenas podem auxiliar a compreensão das dimensões sociais, culturais e políticas que moviam esses indivíduos. Ademais, experiências não habituais, ou ainda, que transgridam a experiência da missão por redução, como as análises fronteiriças, em estâncias e fortes por exemplo, demonstram as dessemelhantes formas em que os agentes históricos manejaram suas possibilidades na realidade colonial. Á vista disso, este ST tem por objetivo abarcar trabalhos que analisem os projetos colonizadores sob diferentes matizes, entre os séculos XVII e XVIII, como missões, trajetórias, fronteiras, reduções, estâncias, fortes entre outros. Sendo assim, explorar os projetos de colonização perante distintas ópticas é o principal designo deste simpósio.
Referências Bibliográficas
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WEBER, David, Los españoles e suas salvajes em la era de la Ilustracíon. Crítica. Barcelona. 2007.
ST 07 - História e Música: Interlocuções historiográficas na América Latina
Coordenadores
Breno Ampáro Alvares Freire (PUC/SP)
Icaro Bittencourt (UFPR)
Leandro Braz da Costa (UFSM)
A América Latina pode ser considerada como um território profícuo e frondoso musicalmente, no qual artistas de diversos gêneros da música desempenharam papéis significativos no que diz respeito às experiências vivenciadas ao longo dos séculos, refletindo através de suas produções autorais e (ou) copistas, pluralizadas concepções socioculturais instrumentalizadas pela capacidade de comunicação advinda do conteúdo sonoro - exclusivamente instrumental - e/ou letrado de suas composições. Neste sentido, o objetivo deste simpósio é abordar analiticamente as interlocuções historiográficas e os principais aspectos teórico-metodológicos acerca da história da música latino-americana, bem como, demais temas relacionados ao assunto. Na perspectiva do simpósio, a ideia é contemplar abordagens da música em diferentes facetas: suas características artísticas, suas condições de produção, circulação e recepção, bem como aspectos relacionados às condições de trabalho dos músicos e suas variadas formas de interação com o mercado de bens simbólicos na América Latina. Esperamos receber trabalhos que dialoguem com diferentes temáticas, tais como: música e trabalho; canção e música instrumental; suportes de registro fonográfico; indústria fonográfica e produção independente; tradições, modernidades, conformismos e resistências na música latino-americana; música, culturas e identidades nacionais, música e ensino de História do Brasil e da América Latina, permeadas pelas articulações que compreendem a utilização da música como fonte para a escrita e ensino de História, enfatizando os fazeres e saberes musicais enquanto manifestações artísticas que compõem o complexo e fascinante amálgama de gêneros musicais praticados no território latino-americano.
Referências Bibliográficas
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VILARINO, Ramon Casas. A MPB em movimento: Música, Festivais e Censura. São Paulo, Ed. Olho D’água, 1999.
ST 08 – História e Memória da Educação no contexto Latino-Americano: instituições, sujeitos e culturas escolares
Coordenadores
Estela Denise Schütz Brito (UNISINOS)
Milene Moraes de Figueiredo (PUCRS)
Eduardo Cristiano Hass da Silva (UNISINOS)
A História da Educação pode ser compreendida como um campo de investigação multifacetado e pluridisciplinar, que se estabelece na fronteira entre às áreas de História e de Educação. Pensar a História da Educação e os estudos provenientes desse enfoque se fazem especialmente importantes nos tempos atuais, nos quais, discursos políticos de retrocesso, envolvendo educação e cultura, circulam em meio a sociedade sem serem problematizados. Sendo a História da Educação um componente tão importante das práticas culturais e do cotidiano escolar, que nos permite analisar normas e comportamentos inculcados em cada época, ressaltamos nesse período sombrio, a necessidade de pensar a educação numa perspectiva histórica. Nesse sentido, o presente Simpósio Temático tem como objetivo promover um espaço de diálogo, reflexão e compartilhamento entre pesquisadores e demais interessados nos estudos que abrangem a História da Educação. Acolhe estudos que discorrem sobre a temática e que problematizem, dentre outras questões, as instituições educativas, seus acervos, os sujeitos, as culturas escolares e seus desdobramentos: práticas, rotinas, tempos, espaços e rituais, nos seus diferentes níveis de ensino, bem como nos diversos contextos e períodos históricos. Não esquecendo a influência de espaços não formais de ensino, também serão aceitos trabalhos que se insiram nessa temática. Consideram-se estudos que fazem uso de distintas metodologias de pesquisa, dentre as quais a memória oral, a análise documental escrita e imagética, estabelecendo relações passado-presente-futuro, a fim de refletir sobre a educação e suas marcas no contexto da América Latina.
Referências Bibliográficas
AMADO, Janaína; FERREIRA, Marieta de Moraes (Orgs.). Usos e abusos da História Oral. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998.
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ESCOLANO BENITO, Augustín. A escola como cultura: experiência, memória e arqueologia. Campinas, SP: Editora Alínea, 2017.
GRAZZIOTIN, Luciane Sgarbi S.; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. Romagem do tempo e recantos da memória: reflexões metodológicas sobre História Oral. São Leopoldo: Oikos, 2012.
HALBWACHS, Maurice. A Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2003.
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VIÑAO FRAGO, Antonio. História de la Educación y Historia Cultural: Posibilidades, Problemas, Cuestiones. Revista Brasileira de Educação, nº 0, set-dez/1995.
ST 09 - História da saúde e das doenças em perspectivas plurais
Coordenadores
Bernardo Ternus de Abreu (UNISINOS)
Rogério Machado de Carvalho (UNISINOS)
Durante a Idade Média, devido à supremacia da moral cristã, o conhecimento sobre o corpo era algo proibido e acreditava-se que as doenças resultavam da punição divina aos pecadores. Os avanços científicos ocorridos no âmbito do Renascimento, decorrentes, em grande medida, da retomada dos clássicos, da globalização promovida pelas viagens ultramarinas e pelos contatos com outras culturas, propuseram justamente uma mudança nessa forma de pensar. Já o Iluminismo buscou na natureza uma nova compreensão do ser, ao mesmo tempo que o conhecimento científico estabeleceu um novo patamar para os saberes e sua aplicação. O corpo passou, então, a ser visto como uma máquina, o que alterou significativamente a percepção sobre as causas das doenças e os tratamentos que os enfermos deveriam receber. Se, por um lado, as enfermidades não foram mais definidas a partir de pressupostos teológicos, por outro, os procedimentos de cura não foram mais associados à expiação das culpas para salvação da alma ou à combinação de procedimentos próprios de uma medicina mágica e doméstica com pressupostos hipocrático-galênicos. O Setecentos se caracterizou, ainda, por várias inovações teóricas e práticas introduzidas no ensino médico e nas instituições que se dedicavam à formação dos profissionais das artes de curar, bem como nos procedimentos médico-cirúrgicos que passaram a ser adotados a partir de uma outra visão do corpo e de seu funcionamento. Os séculos XIX e XX assistirão a crescente especialização das instituições e dos profissionais da Medicina e o influxo de novas teorias médicas, de novos tratamentos, instrumentos e técnicas, face a necessidade de fazer frente a novas doenças e às realidades distintas enfrentadas pelas populações de todos os continentes. Este simpósio tem por objetivo oportunizar a divulgação de pesquisas ligadas à temática da História da Medicina e da História da Saúde e das Doenças e, ainda, a reflexão sobre os papeis desempenhados pelos profissionais das artes de curar tanto através de suas publicações, quanto de sua atuação prática para a renovação e a circulação de saberes e práticas curativas.
Referências Bibliográficas
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ST 10 - História e Imprensa: abordagens e perspectivas
Coordenadores
Guilherme Pereira Ordoque (UNISINOS)
Letícia Sabina Wermeier Krilow (PUCRS)
Pricila Niches Müller (PUCRS)
Com as transformações nas concepções e nos métodos que foram predominantes até o final do século XX na História, ocorreu uma significativa ampliação, no âmbito historiográfico, das pesquisas que utilizam a imprensa como fonte e/ou objeto. Neste processo, a interdisciplinaridade foi um fator de extrema relevância. A utilização de aportes teóricos e metodológicos de outras áreas do conhecimento, como os da Comunicação, por exemplo, trouxe novos questionamentos e possibilidades de análise sobre a atuação dos veículos informativos. Particularmente relevante na conjuntura atual, é imprescindível que a academia promova debates e trocas de saberes sobre o tema, com o objetivo de aprimorar as pesquisas de alunos de graduação e pós-graduação. Dessa forma, o Simpósio História e Imprensa tem como objetivo congregar investigações que utilizam a imprensa tanto como fonte quanto objeto de estudo e reunir estudos de variados recortes temporais e temáticos. Sem desconsiderar a inserção social, as lógicas internas e suas vinculações externas, por fim, este Simpósio também visa problematizar as relações da Imprensa com os campos político e econômico.
Referências Bibliográficas
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ST 11 – Corpo, História e Movimento: os esportes através de um olhar interdisciplinar
Coordenadores
Fabrício Cardoso da Silva (UNISINOS)
Deivid da Silva Ferreira (UNISINOS)
Cada vez mais cresce o interesse em se discutir nas Ciências Humanas aquilo que comumente denominamos de atividades recreativas do corpo. Se para Huizinga (2011) toda interatividade humana possui um caráter lúdico e social, os esportes se inserem neste amplo cenário onde os estudos historiográficos conseguem dialogar com outras áreas do saber. Assim, tendo como objetivo ampliar a discussão sobre a temática esportiva no ambiente acadêmico, propomos e convidamos a todos para refletirmos diversas leituras sobre o corpo em movimento e suas ramificações.
Alabarces (2008), ao falar do futebol inspirado pelas ideias de Sarlo (1997), define esse esporte como uma máquina cultural do século XX e XXI. Se para a América Latina a experiência aglutinadora do futebol se faz visível, estudos como o de Bale (2003) apontam o Beisebol e o Basquetebol como seus análogos nos Estados Unidos. Outros trabalhos apontam para atividades como o ciclismo, o boxe, a patinação. Lugares de sociabilidade, logo as praças esportivas, as ruas, os bares, proporcionam encontros e desencontros, moldando a atividade do grupo a cada vitória ou derrota.
Assim, jornais, portais nas mídias eletrônicas, transmissões pela televisão e rádio foram impulsionadas pela prática esportiva, construindo um verdadeiro mundo do trabalho esportivo. Não podemos deixar de mencionar aquelas áreas que, impulsionadas pelos esportes, tiveram importantes avanços técnicos, como a medicina, a farmacologia, a psicologia, dentre outras. O esporte como espetáculo Olímpico ou como negócio, a exemplo da NBA, entrou no cotidiano das pessoas. São as sensibilidades, talvez, o maior exemplo de como a prática esportiva adentrou na vida de boa parte dos sujeitos deste globo, que se emocionam, choram, riem, encantam e criam com a maravilha de um instante, de um tempo único, como Huizinga denominou o tempo do Jogo.
Referências Bibliográficas
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FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Dança dos Deuses: futebol, cultura e sociedade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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MARQUES, José Carlos. Breves estudos sobre futebol, esporte e cultura no Brasil. Revista Comunicação, Movimento e Mídia na Educação, Santa Maria, v. 2, n. 2, p. 1-17, 1999.
ST 12 - História, Política e Imprensa
Coordenadores
Paulo Eduardo Fasolo Klein (UNISINOS)
Thaíze Ferreira da Luz (PUCRS)
Pâmela Chiorótti Becker Souza (PUCRS)
A História Política reúne atualmente um campo fértil de pesquisas acadêmicas. Acreditamos que para compreender o funcionamento de regimes e instituições, é fundamental estudarmos o campo político e suas implicações sociais e culturais, como parte do processo de consolidação das democracias. Conhecer os elementos que formam e delimitam a cultura política de uma sociedade é tarefa fundamental para compreender como funcionam suas instituições políticas e os fatores que legitimam os agentes políticos que controlam tal sociedade. Nessa perspectiva, o uso dos meios de comunicação de massas para abordar a História Política, torna possível estudar a análise do poder através de outros prismas. Assim, pensando pela perspectiva da renovação dos estudos sobre o tema, verificamos que os veículos de comunicação, acabam sendo um campo de construção intelectual e espaço de disputa. Desta maneira, a discussão de trabalhos que envolvam essa temática se torna muito rica e importante no meio acadêmico, mostrando-se como um momento para a troca de saberes entre estudantes de graduação e pós-graduação. Por essa razão o Simpósio História, Política e Imprensa tem como objetivo reunir pesquisadores com variados marcos temporais e temas, utilizando como fonte/objeto de pesquisa a imprensa.
Referências Bibliográficas
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ST 13 - Experiências, críticas e fronteiras entre os corpos
Coordenadoras
Priscilla Almaleh (UNISINOS)
Daniela Adriana Garces de Oliveira (PUCRS)
Numa sociedade opressora, gerada dos ventres corrompidos pelo estupro dos grupos originários e escravizados e estruturada nas desigualdades raciais e sociais, o GT Estudos de Gênero - ANPUH/RS busca trabalhos que dialoguem com as novas teorias epistemológicas e críticas, que signifiquem e respeitem a importância da subjetividade perante a objetividade enrijecida das disciplinas nascida no humanismo do homem branco e hétero. Todavia, também dialogaremos com as múltiplas temporalidades e teorias que perpassaram os estudos de gênero dentro dos espaços acadêmicos.
Assim, estruturamos esse simpósio a partir de um conceito chave, criado pelas teóricas e ativistas feministas, a experiência. Donna Hawaray (1995) explica que os saberes localizados são moldados e passados a partir da oralidade e na capacidade de experienciar, sendo assim, nos propomos a ouvir e discutir pesquisas que tornem a investigação também uma experiência corpórea. A subjetividade torna-se uma das alternativas para a já explícita exclusão dos grupos que ainda são denominados como subalternos e marginais pelos pesquisadores, afastados da ciência, fato que muda, um pouco, com as múltiplas temáticas que foram se constituindo a partir de 1960. Todavia, perante a maioria dos espaços acadêmicos, a visibilidade fora, e continua sendo, marginal e o armário acaba sendo lugar dessas investigações que tratam/trataram sexualidades e gênero.
Atualmente vemos uma crescente ressignificação nos estudos e, apesar dos movimentos fascistas ao redor do mundo, as pesquisadoras/es se unem para explicar que não há uma desassociação entre a cientista/o e a pesquisa, pelo contrário, são as nossas experiências que moldam nossos olhares, vivências e pesquisas. São essas fronteiras que desejamos ultrapassar, com trabalhos que pensem, repensem e vivam as experiências e críticas dos estudos sobre os diferentes grupos: mulheres, homens, negras, negros e LGBTQI+, com trabalhos voltados as diferentes dimensões sociais que moldam os seres humanos como atrizes e atores de suas próprias histórias.
Referências Bibliográficas
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ST 14 – História Indígena
Coordenadores
Andressa de Rodrigues Flores (UNISINOS)
Amilcar Aroucha Jimenes (UNISINOS)
No compasso das demandas observadas a cada momento histórico, a História Indígena tem se estabelecido como um dos campos mais fecundos da produção historiográfica. Esforços que englobam os mais variados recortes temáticos e cronológicos, e de modo geral, marcados pelo exitoso diálogo com outras áreas relacionadas ao tema. Em especial, no Brasil de tempos recentes, de um lado destacam-se questões relacionadas aos patentes desafios dos povos indígenas em manter e aperfeiçoar conquistas logradas a partir da grande mobilização que ganhou visibilidade na década de 1980, do outro, os primeiros resultados colhidos a partir de novas discussões gestadas nos espaços acadêmicos, movidas pela tentativa de fazer emergir as potencialidades dos saberes produzidos no interior do universo ‘ameríndio’. Atenta a essas circunstâncias, a proposta deste Simpósio Temático foi elaborada com o intuito de recrutar pesquisas imbuídas em trazer questionamentos ao campo da História Indígena, em suas inúmeras dimensões. Isto inclui reflexões de valor teórico, metodológico e propriamente inclinadas a anunciar novos olhares a determinados fatos, processos e trajetórias de indivíduos e grupos relacionados a esse eixo de discussão.
Referências Bibliográficas
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ST 15 – Memória e Patrimônio histórico como vetores de resistência em momentos de crise
Coordenadores
Cinara Isolde Koch Lewinski (UNISINOS)
Rodrigo Luis dos Santos (UNISINOS)
O presente simpósio temático busca considerar a produção historiográfica acerca da memória e do patrimônio material e imaterial historicamente constituídos. Trata-se de pensar a patrimonialização como um processo em que a produção de lugares de memória está relacionada com os diversos usos que se faz do passado, que tanto pode ser vinculada a uma expressão de ordem hegemônica, como pode ser uma demonstração da afirmação das várias singularidades sociais. Neste sentido, propõe-se repensar sobre o que é lembrado e o que está sendo esquecido e permanece por trazer em discussão. Sendo assim, serão bem-vindos estudos interdisciplinares, como antropologia, museologia, sociologia, entre outros, que apontam vários caminhos de investigação sobre a constituição e narrativa de museus, arquivos memoriais ou que assinalam iniciativas de valorização das manifestações culturais e de participação comunitária, bem como trabalhos ligados a memória coletiva e social.
Referências Bibliográficas
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RIEGL, Alöis. O culto moderno dos monumentos: a sua essência e a sua origem. São Paulo: Perspectiva, 2014.
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ST 16 – Ditaduras no Cone Sul do Século XX: lutas políticas em busca de direitos
Coordenadores
Marcos Alesandro Neves dos Santos (UFSM)
Camila de Almeida Silva (UFSM)
Este Simpósio busca reunir trabalhos dos mais diferentes campos do saber, dedicados à investigação do tema sobre as ditaduras do Século XX no Cone Sul, em todas as suas dinâmicas, (seus antecedentes, a transição política, e sobre os processos de construção democrática) de modo especial, na relação com os Mundos do Trabalho (urbano e rural), pela luta por direitos, por memória e justiça, bem como sobre os usos públicos do passado (a utilização de referências históricas na contemporaneidade e o constante uso de anacronismos, que descaracterizam os fenômenos em suas especificidades, prejudicando assim análises mais amplas) e a história pública. Objetiva, também, analisar a classe trabalhadora durante as ditaduras civil-militares na Argentina, no Brasil, no Chile, no Paraguai e no Uruguai, sem perder de vista as importantes transformações sociais, econômicas e culturais desse período e seus desdobramentos, estando atento as especificidades das experiências locais e nacionais, verificando possíveis conexões entre elas. Em conjunto, busca-se tematizar a repressão e as resistências desse período histórico, além das relações de poder estabelecidas entre o Estado e as organizações políticas, partidárias, sociais, religiosas e demais aspectos sociais que façam parte do nosso recorte, com o intuito de proporcionar uma visão mais ampla do que está sendo proposto.
Referências Bibliográficas
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THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa. Editora: Paz e Terra. 1984
THOMPSON, E.P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras. 2011.
ST 17 – Autoritarismos e democracia no Brasil Republicano: perspectivas históricas e historiográficas
Coordenadores
Vinícius de Oliveira Masseroni (UNISINOS)
Luisiane da Silveira Gomes (UNISINOS)
Fábio Roberto Wilke (UNISINOS)
O ST proposto tem como objetivo congregar trabalhos de matizes teóricos e historiográficos diversos sobre os períodos de autoritarismos, como o Estado Novo (1937-1945) e a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) e democracias durante a experiência republicana brasileira. Por muito tempo, abordagens da história econômica e política dominaram a produção historiográfica sobre esses períodos. Tais perspectivas ainda têm resultados a agregar ao conhecimento histórico e, por este motivo, são bem-vindos no ST. No entanto, as diversas lutas políticas como as feministas, dos movimentos negros e dos movimentos LGBTQ+ forçaram os campos historiográficos a repensar o lugar desses “novos” sujeitos dentro da disciplina e do conhecimento histórico. Nesse sentido, o ST busca abrigar todos aqueles que, estimulados pelos novos ares historiográficos, buscam, por meio dos pensamentos feminista e/ou de gênero, e dos pensamentos negros, renovar as pesquisas sobre as relações sociais diversas desenvolvidas em períodos de democracias e autoritarismos dentro da sociedade brasileira durante o período Republicano. As perspectivas que contemplam uma dimensão comparativa, entre Brasil e países latino-americanos, em especial, também estão no escopo deste simpósio temático. Busca-se estabelecer um diálogo amplo, e que inclua desde perspectivas do Estado (relação com a sociedade e, em especial, a repressão estatal) até a sociedade civil; partidos políticos (de esquerda e direita); história sob a perspectiva de gênero; história dos movimentos étnicos em sua diversidade (negros e indígenas), serão bem-vindos, desde que com dialoguem com a proposta mais ampla do ST, História das democracias e autoritarismos do Brasil Republicano.
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ST 18 - Diálogos sobre História Militar
Coordenadores
Bárbara Tikami de Lima (UNISINOS)
Guilherme Nicolini Pires Mais (UFRGS)
Paola Natália Laux (UFRGS)
O presente simpósio temático tem como objetivo promover um espaço de ampliação do debate acerca da História Militar. Trata-se de uma área do conhecimento histórico até então pouco desenvolvida nos setores universitários brasileiros, que por anos via o assunto com receio e desconfiança. No Brasil, à medida em que houve um fortalecimento da história enquanto campo profissional também ocorreu uma intensificação dos envolvimentos militares na política. A Ditadura Militar (1964-1985) impôs duras penas ao pensamento crítico da população brasileira que, no âmbito do conhecimento universitário, foi desencorajada de levar adiante pesquisas sobre as Forças Armadas. A academia dedicou pouca atenção à história militar para além do estudo do envolvimento militar na política - ponto problemático num regime autoritário. Por outro lado, nas organizações de historiadores/as ligados/as às sessões históricas das Forças Armadas, a produção historiográfica castrense permaneceu intensa. Contribuindo, assim, para que as sessões das Forças Armadas estendesse seu poder sobre o campo histórico, especialmente pelo controle dos arquivos (fundamentais para o ofício histórico) e pelo conhecimento técnico, natural da profissão militar. Por muito tempo essa produção historiográfica ficou restrita à modelos voltados aos aspectos técnicos da batalha e a construção de narrativas patrióticas, comemorativas e grandiloquentes acerca dos heróis nacionais (sobretudo homens) e das grandes batalhas. A partir da redemocratização, especialmente ao longo da década de 1990, quando aconteceu um distanciamento temporal da referida ditadura, que o tema volta a aparecer com maior vigor nos debates acadêmicos, expandindo-se nos programas de pós-graduação nas universidades brasileiras. Cientes de que todo objeto historiográfico permeia diferentes áreas do conhecimento e que o campo da História Militar tem recebido diversas contribuições que abrem caminho para novas abordagens, metodologias e para o uso de fontes de pesquisa antes não observadas, este simpósio acolherá trabalhos que consideram as instituições militares e/ou os indivíduos que a compõe como parte de um todo social. Serão aceitos trabalhos que contemplem dimensões políticas (nacional e internacional); bélicas (questões estratégicas, logísticas e institucionais que dizem respeito à estrutura e funcionamento das Forças Armadas e policiais); culturais (a construção dos soldados; as invenções das tradições); as relações de gênero na caserna; bem como trabalhos que versem sobre a abordagem da ação militar pelo ponto de vista do sujeito que é alvo desta ação. Outrossim, destacamos que o estudo da história militar não implica em apologia ao militarismo, algo que as(os) coordenadoras(es) deste simpósio rechaçam de modo veemente.
Referências Bibliográficas
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TEIXEIRA, Nuno S. A história militar e a historiografia contemporânea. In: Revista A Nação e a defesa, ano XVI, no 59, 1990, p. 53-71.
ST 19 – Teoria da história e história da historiografia: debates e perspectivas
Coordenadores
Lívia Amarante Gallo (UNISINOS)
Vicente da Silveira Detoni (UFRGS)
A atual conjuntura historiográfica é marcada por uma reflexão sobre o estatuto disciplinar da historiografia. Num contexto de uma sociedade formada por sujeitos cada vez mais plurais e que reivindicam narrativas sobre o passado como parte de sua luta por justiça e reconhecimento, o modelo de história-disciplina, assentado no unívoco e supostamente universal conceito moderno de história, dá sinais de esgotamento tanto como um instrumento de conhecimento quanto uma estratégia política. A contestação deste modelo, no entanto, não parte apenas de críticos que reconhecem nele uma matriz eurocêntrica que impregnaria mesmo a fala de sujeitos subalternos que necessitam narrar as suas experiências silenciadas, mas também a crise da autoridade deste saber institucionalizado parte de grupos reacionários “anti-establishment” que, sob a denúncia da presumida hegemonia de uma narrativa única e politicamente orientada partindo das universidades, exploram um perceptível distanciamento entre a produção dos “historiadores disciplinados” e os mais diversos públicos da história.
O início do século XXI assistiu a uma progressiva democratização dos meios de se produzir histórias, seja pela inserção massiva das tecnologias digitais na vida das pessoas, seja pela inclusão de sujeitos historicamente marginalizados nos quadros das universidades. Esta profusão de vozes e textos sobre o passado, que disputam sobre significados e sentidos, e ocupam lugares assimétricos de enunciação, coloca em questão a figura do historiador enquanto um mediador necessário na forma como a sociedade se relaciona com passado e enquanto um árbitro que poderia regular as controvérsias ou intervir nos casos de negacionismos ou mentiras históricas.
Neste simpósio temático, buscaremos reunir trabalhos de história da historiografia e teoria da história que possibilitem reflexões sobre a produção do conhecimento histórico ontem e hoje, valorizando questões como: as contingências que permitiram a disciplinarização/profissionalização da história; as experiências de tempo que possibilitaram e as mutações no tempo histórico que vêm possibilitando inovações nas narrativas historiográficas; os diferentes sujeitos produtores de conhecimento e os diferentes públicos que demandam esse conhecimento; figurações do historiador(a); a influência das mídias sociais na conformação de imaginações históricas.
Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Valdei. O Direito à História: O(A) Historiador(a) como Curador(a) de uma experiência histórica socialmente distribuída. In: Géssica Guimarães, Leonardo Bruno, Rodrigo Perez. Conversas sobre o Brasil: ensaios de crítica histórica. Rio de Janeiro: Autografia, 2017, p.214; p.207.
AVILA, Arthur de Lima. Qual passado usar? A historiografia diante dos negacionismos (artigo). In: Café História – história feita com cliques. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/negacionismo-historico-historiografia/. Publicado em: 29 abr. 2019. Acesso: 06 de julho de 2019.
CEZAR, Temístocles. O que fabrica o historiador quando faz história, hoje? Ensaio sobre a crença na história (Brasil séculos XIX-XXI). Rev. antropol. (São Paulo, Online) | v. 61 n. 2: 78-95 | USP, 2018
HARTOG, François. Crer em história. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.
MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 37, nº 74, 2017.
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ST 20 – História da Infância: Desafios, reflexões e possibilidades
Coordenadores
Maurício Pereira (UNISINOS)
Lisiane Ribas Cruz (UNISINOS)
O presente Simpósio Temático tem como objetivo reunir trabalhos de pesquisa dedicados à temática da infância dentro da historiografia, buscando conhecer e compartilhar diversas abordagens que podem ser suscitadas no estudo desse campo. Nas últimas décadas, os estudos que se ocupam de analisar diferentes elementos em relação à infância têm tido um grande crescimento em números de trabalhos e perspectivas, de modo que “a história da infância tem recebido a atenção de pesquisadores preocupados em dar ‘voz e vez’ a essa parcela considerável de nossa população” (SCOTT, 2016, p. 18). Embora atualmente possa ser observado um crescimento na quantidade de pesquisas que buscam trazer à tona esses indivíduos, por muito tempo a infância foi um tema pouco trabalhado dentro da historiografia. Conforme é exposto por Cardozo (2015), podemos ver que “A História da Criança, há pouco tempo, era considerada um recorte dentro da História da Família, mas, com o passar dos anos, foi se consolidando como um domínio, com relativa autonomia, dentro do campo acadêmico da História” (p. 20). Além disso, o campo de estudos da História da Infância também é responsável por evidenciar realidades de crianças e adolescentes que estavam inseridos em situações de pobreza e vulnerabilidade social, uma característica que é apontada por Del Priore (2008), uma vez que a autora nos aponta que “O mundo que a ‘criança deveria ser’ ou ‘ter’ é diferente daquele onde ela vive, ou no mais das vezes, sobrevive” (p.8). Sendo assim, o objetivo desse ST é proporcionar um espaço de exposição e interação entre diferentes pesquisadores e pesquisadoras que se dedicam a essa temática, possibilitando assim um momento de conhecimento de diversas pesquisas da área de História e também de outras áreas que possam contribuir para o crescimento desse campo de estudo.
Referências Bibliográficas
CARDOZO, José Carlos da Silva. “Como se fosse meu filho?” As crianças e suas famílias no Juízo dos Órfãos de Porto Alegre (1860 – 1899). 2015. 337 f. Tese (Doutorado) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escolas de Humanidades, Programa de Pós-Graduação em História, São Leopoldo, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4998/JOS%C9+CARLOS+DA+SILVA+CARDOZO_.pdf;jsessionid=12A1FC209418B15D7A27E46F12AF875F?sequence=1
CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 14-37.
CARVALHO, Marta Maria Chagas de. Quando a história da educação é a história da disciplina e da higienização das pessoas. In: FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
CRUZ, Lisiane Ribas. “A infância abandonada é a sementeira do crime” – O julgamento de menores pela Comarca de Santa Maria (1910-1927). 2017. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em História, São Leopoldo/RS, 2017. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/6895
DEL PRIORE, Mary (Org). História das Crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez, 2003.
KORNDÖRFER, Ana Paula. “É melhor prevenir do que curar”: A higiene e a saúde nas escolas públicas gaúchas (1893 – 1928). São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016.
MARCÍLIO, Maria Luiza. História Social da Criança Abandonada. 2. ed. São Paulo: HUCITEC, 2006.
MOURA, Esmeralda Blanco B. de; AREND, Silvia Maria Fávero. Um norte em comum: infância no sul do Brasil na produção historiográfica brasileira. In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 37-57.
PASSETTI, Edson. Crianças carentes e políticas públicas. In: DEL PRIORE, Mary (Org). História das Crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
RIZZINI, Irene; RIZZINI, Irma. A institucionalização de crianças no Brasil: Percurso histórico e desafios do presente. São Paulo: Loyola, 2004.
SANTOS, Marco Antonio Cabral dos. Criança e criminalidade no início do século. In: DEL PRIORE, Mary (Org). História das Crianças no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
SCOTT, Ana Silvia Volpi. História da Infância, da juventude e da família: que caminhos percorrer?. In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 14-37.
TISOTT, Ramon Victor. Pequenos trabalhadores. Infância e industrialização em Caxias do Sul (fim do séc. XIX e início do XX). Dissertação (Mestrado em História). Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, São Leopoldo/RS, 2008. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3542
ZANELLA, Ana Paula. A justiça frente aos delitos de menores em Porto Alegre (1927 -1933). In: CARDOZO, José Carlos da Silva et al. História das crianças no Brasil Meridional. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016, p. 234-258.
ST 21 – História Ambiental e diálogos interdisciplinares
Coordenadores
Eduardo Relly (UNISINOS)
Marcos Rogério Kreutz (UNIVATES)
Janaíne Trombini (UNIVATES)
Através de atividades diversas e em momentos históricos distintos, a humanidade passou a modificar intensamente o ambiente natural, moldando-o às suas necessidades e interesses. A ocupação e a exploração humana de praticamente todas as áreas do planeta, mesmo as mais inóspitas, tornou-se uma marca do nosso tempo, desafiando, inclusive, as identidades ontológicas da natureza e do humano. Encontramo-nos, logo, sob a responsabilidade de encontrarmos um caminho de pesquisa que possa mapear o entendimento da complexa teia de relações que perfazem nossos ecossistemas e sociedades. A história ambiental como estudo das inter-relações entre os seres humanos e a natureza, tem recebido – visto a complexidade das questões acima levantadas -, contribuições de pesquisadores em todo o mundo; de fato, a pesquisa em história ambiental segue firme em diferentes ambientes acadêmicos e pauta temas contemporâneos como o Antropoceno, justiça ambiental e as mudanças climáticas. Com o objetivo de reunir diferentes profissionais na perspectiva da história ambiental e amplificar o espaço de debate sobre o tema, para este simpósio temático abriremos debates sobre o as pesquisas no campo da história ambiental e demais diálogos interdisciplinares. Assim, procuramos compreender os problemas, desafios, abordagens, orientações teóricas e metodológicas e convergências ligados ao tema meio ambiente com focos espaciais e temporais diversos.
Referências Bibliográficas
DRUMMOND, José Augusto. A história ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n. 8, p. 177-197, 1991.
DUARTE, Regina Horta. História & natureza. Belo Horizonte (MG): Autêntica, 2005.
ISENBERG, Andrew C. (Ed.). The Oxford handbook of environmental history. Oxford, New York: Oxford University Press, 2014.
MARTINEZ, Paulo Henrique. História ambiental no Brasil. Pesquisa e ensino. São Paulo: Cortez, 2006.
MARTINS, Marcos Lobato. História e meio ambiente. São Paulo: Annablume; Faculdades Pedro Leopoldo, 2007.
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. Estudos Avançados, Dossiê Teorias socioambientais, São Paulo, Vol. 24, n. 68, 2010.
WORSTER, Donald. Para fazer história ambiental. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 198-215, 1991.
ST 22 – Migrações históricas: historiografia, abordagens e fontes
Coordenadores
Welington Augusto Blume (UNISINOS)
Norton Neves (UNISINOS)
A história da migração é imprescindível para a compreensão das realidades nacionais e internacionais, sejam estas atuais ou passadas. Especificamente no Brasil, a migração se tornou um marco que consolidou e transformou a história do país, moldando, através dos processos imigrantistas, uma nova realidade para a população que vivia e que passou a viver em terras brasileiras. Sendo um tema tão vasto e rico procuramos oferecer um amplo espaço para debates e apresentações das pesquisas que estão sendo desenvolvidas ou já foram concluídas. Assim sendo, este simpósio temático visa reunir as mais diversas pesquisas sobre a temática das migrações históricas. O recorte temporal contempla o século XIX e o início do século XX, momento expressivo de migrações para a América Latina. O mote da discussão está centrado na produção historiográfica nesse campo de pesquisa, as abordagens que estão norteando os trabalhos mais recentes e um debate acerca das fontes de pesquisa que vêm sendo utilizadas pel@s pesquisador@s.
Referências Bibliográficas
ARENDT, Isabel Cristina; WITT, Marcos Antônio. Estudo comparado: educação e imigração nas Colônias alemãs de São Leopoldo (Brasil) e Valdivia (Chile). MÉTIS: história & cultura – v. 17, n. 34, p. 271-294, jan./jun. 2018.
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VENDRAME, M. I. Poder local e violência, imigrantes e nacionais nos núcleos coloniais do Sul do Brasil. História: Debates e Tendências, Passo Fundo, v. 14, n. 1, p. 63-76, jan./jun. 2014. Disponível em: < file:///C:/Users/Sistema/Downloads/4165-14177-2-PB.pdf>. Acesso em: 20/08/2019.
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WITT, Marcos Antônio. Estudos comparados na imigração: Brasil e Chile como possibilidade investigativa. Editora UPF: Passo Fundo, 2018.
ST 23 - Redução de escala de análise e História Social
Coordenadoras
Cibele Caroline da Rosa (UNISNOS)
Jéssica Fernanda Arend (UNISNOS)
Através do simpósio temático “Redução de escala de análise e História Social” visamos discutir produções historiográficas voltadas à História Social com a inspiração metodológica da Micro-História italiana, a qual objetiva a redução de escala de análise, o cruzamento nominativo e a preferência pelo singular frente o geral para a compreensão dos processos históricos. Entendendo a História como a ciência das perguntas gerais e respostas específicas, buscamos promover o debate em torno de temas como estratégias, formação de redes sociais e conflitos. São bem vindas as pesquisas em História Social que abordem proposições em torno das migrações históricas para o Brasil (séculos XVIII e XIX), relações em torno da terra, gênero e família. Através da micro-história pode-se desnaturalizar dados homogêneos e estatizantes, que colocam os sujeitos como determinados a partir dos grandes processos históricos. Também procuramos dialogar com as diferentes fontes consultadas durante as pesquisas, visando troca de experiências e discussão do uso das mesmas.
Referências Bibliográficas
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GRIBAUDI, Maurizio. A longa marcha da Micro-história: da política à estética? In: VENDRAME, Maíra I.; KARSBURG, Alexandre; MOREIRA, Paulo R. S. (Orgs.). Ensaios de micro-história, trajetórias e Imigração. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016. (Capítulo 2, p. 32-51).
KARSBURG, Alexandre; VENDRAME, Maíra I. Investigação e formalização na perspectiva da Micro-História. In: VENDRAME, Maíra I.; KARSBURG, Alexandre; MOREIRA, Paulo R. S. (Orgs.). Ensaios de micro-história, trajetórias e Imigração. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2016. (p. 86-113).
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ST 24 - Experiências negras em discussão: Escravidão, Emancipações e Pós-Abolição
Coordenadores
Matheus Batalha Bom (UNISNOS)
Vitor da Silva Costa (UNISINOS)
Bruna Letícia de Oliveira dos Santos (UNISINOS)
Este Simpósio temático tem por objetivo promover o debate acerca das experiências negras em contextos de escravidão e pós-abolição. Tendo em vista as inúmeras estratégias operadas pelas pessoas negras na construção de identidade, espaço de autonomia e cidadania ao longo dos séculos XIX e XX, pretende-se problematizar os significados da liberdade. Também, pensar o pós-abolição não só através de fronteiras cronológicas, mas conceitualmente, isto é, como um campo de estudos. Para isso, o Simpósio abrirá espaço para uma pluralidade de temas como história do trabalho escravizado e livre, relações entre negros(as) com outro grupos étnico-raciais, atuação política, obtenção de alforria; precariedade da liberdade; lutas abolicionistas; memórias do cativeiro; heranças africanas; trajetórias familiares; religiosidades, associativismo; cidadania; imprensa negra; intersecções entre gênero, raça e classes.
Referências Bibliográficas
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